Saudações, companheiros!
Acabamos de chegar de uma importante viagem ao Rio de Janeiro trazendo muitas novidades. Mais especificamente, participamos de um evento chamado Cúpula dos Povos, na Rio+20, onde se reuniram milhares de pessoas vindas de todos os cantos do mundo. Um grandíssimo intercâmbio de ideias e culturas acometeu nossa semana de acampamento no campus da UFRJ, na Urca. E não se conteve ali a nossa troca de ideias, ela abrangeu uma série de locais físicos e ideológicos, pois muito pudemos apreender daquela onda de informações que circulavam por toda a cidade maravilhosa. Instalaram-se centenas de debates acerca de tantos temas quanto se possa imaginar. Um grande espetáculo de miscigenação cultural e pluralidade!
No sábado 16, nosso primeiro dia de atividades, participamos do CONEG (Conselho Nacional de Entidades Gerais) na UNE (União Nacional dos Estudantes). Nesse dia diversos Grupos de Discussões (GDs) debateram “As lutas atuais da universidade brasileira”, pela manhã quanto a Regulação do Ensino Superior Privado, Assistência Estudantil, Plano Nacional de Educação: Acesso, Financiamento e Qualidade da educação e Feminismo para combater o Machismo. À tarde, Democratização dos Meios de Comunicação, Meio Ambiente e Rio+20, Internacionalização da Educação, Mais Educação e Menos Juros e Combate ao Racismo. E ainda, à noite os GDs discutiram a Democratização da universidade, Valorização dos Profissionais da Educação e Infraestrutura das Universidades. No dia seguinte, domingo 17, houve a plenária final relativa à Rio +20, Cúpula dos Povos e Soberania Nacional, quando foram feitos todos os encaminhamentos referentes aos temas.
Estamos cheios de ideias e informações para trocar sobre diversos temas nos quais estivemos presentes e ativos em suas discussões. Muitas dessas ideias ainda estão em construção e precisam ainda de outros debates para se solidificarem e trazerem alguma mudança para nossa sociedade. Por isso entendemos que esses locais de diálogo entre os estudantes devem ser mantidos e preservados como ambientes de politização e cidadania. Nosso CAMAT representou muito bem a postura de estudantes participativos nos movimentos sociais e formadores de opinião, ocupando espaços de discussões e agora trazendo para nossa realidade aqui na UFES os debates que foram fomentados nesses conselhos. Cabe a nós mantermos viva a chama dialética das ideias, construindo espaços cada vez mais democráticos, respeitando credo, cor, raça, etnia, gênero, sexualidade ou classe social, que valorize as pessoas pela riqueza, contradição e questionamentos do diferente, do novo não pelo que elas possuem.
Foram dias repletos de novas e diferentes opiniões. Realidades vindas de todos os cantos do Brasil se apresentavam em manifestações e protestos que lotaram diversos pontos da cidade do Rio, principalmente o Aterro do Flamengo, com uma diversidade incrivelmente linda. Haviam índios, africanos, trabalhadores, sem terra, coletivos, movimentos sociais, Hare Krshinas, japoneses, italianos, franceses, enfim, tanta alteridade que nos deixaram até um pouco inebriados. Nós do movimento estudantil tivemos uma grande oportunidade de conhecer e ter contato com o que realmente está acontecendo fora da nossa esfera restrita de compreensão do que é a sociedade. E com certeza ainda há muito a ser descoberto! Muitos movimentos estão nascendo e se incorporando uns aos outros de acordo com suas bases ideológicas e já começam a marchar nas ruas, acreditando nas possíveis mudanças que esse grande agrupamento de pessoas pode conseguir.
Falando em marcha, aconteceram várias por todo Rio de Janeiro. A primeira que pegamos foi a “Marcha a Ré da Rio+20”, que protestou contra o retrocesso socioambiental que o nosso modelo de desenvolvimento tem adotado. No dia seguinte, dia 19, aconteceu “Marcha pela Legalização da Maconha” e o “Esculacho” da Articulação Nacional pela Verdade e Justiça, que denuncia torturadores da época da ditadura e questiona a posição social que esses criminosos ainda ocupam. No dia 20 aconteceu a grande “Marcha dos Povos”, que reuniu cerca de 80mil pessoas, saindo da Candelária e invadindo a av. Rio Branco. Com o tema “em defesa dos bens comuns e contra a mercantilização da vida”, a Marcha dos Povos reuniu dezenas de movimentos sociais e causas diferentes – em defesa da agricultura familiar, da reforma agrária, direitos femininos, direitos indígenas, direitos dos animais, saúde digna, educação, recursos para pesquisas científicas e água de qualidade; e contra os agrotóxicos, a violência doméstica, a energia nuclear, a homofobia, as obras do PAC e da Copa, Belo Monte, a corrupção, o Código Florestal, o capitalismo e a economia verde, entre outros.
Uma gama imensa de ideologias dialogando por questões comuns causou um grande impacto em nossas mentes e agora precisa ser debatida e digerida por toda a sociedade, de modo a continuar nos próximos 10 anos lutando por melhorias nas condições sociais que se estabelecerão na medida em que o Brasil avança em suas políticas e recebe recursos ao empreender tantas de suas riquezas naturais. Qual é a forma de desenvolvimento que queremos? Milhares de debates em torno de todas essas vertentes sociais devem protagonizar os próximos capítulos dessa história que se constrói e não devem jamais ser esquecidos ou adiados, tendo como foco a vontade de democratizar de fato os recursos de nosso país.
Nos dois últimos dias (21 e 22) de atividades na Cúpula, estivemos em assembleia com o Movimento Mudança (M.M.), compartilhando experiências vividas por companheiro(a)s de várias universidades do país. Na verdade, o grupo de estudantes que compôs a comitiva do M.M. esteve junto durante toda nossa viagem, o que nos proporcionou novas amizades e possíveis novas conjunturas. Foi uma experiência engrandecedora para todos, sem dúvida. Pois compartilhamos de tudo, desde pasta de dente à vivencias pessoais. E foi graças ao Movimento Mudança e ao Enlace das Juventudes que pudemos realizar essa experiência que nos trouxe uma boa formação política, além de uma visão geral do quadro político/educacional em todo o país. Compreendemos que ainda há muita luta pela frente, mas esse foi um grande passo para uma possível mudança efetiva na nossa sociedade, pois as transformações acontecem através de lutas, construções sólidas e coerência. Portanto agora é a hora de debater, conversar, trocar, compartilhar para mudar o mundo.
É claro que no meio disso tudo pudemos visitar alguns belos lugares do Rio de Janeiro, como a praia do Flamengo, a praia do Leme, os arcos da Lapa, a Quinta da Boa vista, a UFRJ, entre outros lugares que conhecemos e vamos levar boas lembranças para o resto da vida, principalmente daquele povo unido por um grande bem comum...
Por isso e muito mais é que estamos convidando todos a se levantarem de seus cômodos espaços demarcados e construir conosco um novo paradigma social para nossa universidade, com espaços de ação cultural, debate filosófico e confronto de ideias. Vamos lá, incentivar a pesquisa, o ensino e extensão que não tenham propósitos meramente políticos ou de interesses de projetos empresariais, libertar nossas mentes do pensamento egoísta, individualista, mercadológico e excludente! Depende de nós começarmos a ser a mudança que esperamos ver no mundo (parafraseando Gandhi).
Pessoal, é com imensa gratidão aos companheiros de luta e orgulho que hoje temos o Pedro Barcelos ocupando o cargo de Diretor de Movimentos Sociais da UNE. Porém, muitas batalhas ainda estão por vir e quanto mais cabeças pensantes tivermos conosco, construindo um movimento estudantil democrático e unificado em busca de avanços em todo o sistema político educacional, mais próximo estaremos de trazer melhorias concretas para nós universitários e para todos os estudantes brasileiros consequentemente.
Curtam algumas fotos dessa grande semana que tivemos o privilégio de vivenciar!
Ah, lembrem-se: para dar sugestões, propostas e tudo mais, nos envie um e-mail para matemagicaufes@gmail.com.
Acabamos de chegar de uma importante viagem ao Rio de Janeiro trazendo muitas novidades. Mais especificamente, participamos de um evento chamado Cúpula dos Povos, na Rio+20, onde se reuniram milhares de pessoas vindas de todos os cantos do mundo. Um grandíssimo intercâmbio de ideias e culturas acometeu nossa semana de acampamento no campus da UFRJ, na Urca. E não se conteve ali a nossa troca de ideias, ela abrangeu uma série de locais físicos e ideológicos, pois muito pudemos apreender daquela onda de informações que circulavam por toda a cidade maravilhosa. Instalaram-se centenas de debates acerca de tantos temas quanto se possa imaginar. Um grande espetáculo de miscigenação cultural e pluralidade!
No sábado 16, nosso primeiro dia de atividades, participamos do CONEG (Conselho Nacional de Entidades Gerais) na UNE (União Nacional dos Estudantes). Nesse dia diversos Grupos de Discussões (GDs) debateram “As lutas atuais da universidade brasileira”, pela manhã quanto a Regulação do Ensino Superior Privado, Assistência Estudantil, Plano Nacional de Educação: Acesso, Financiamento e Qualidade da educação e Feminismo para combater o Machismo. À tarde, Democratização dos Meios de Comunicação, Meio Ambiente e Rio+20, Internacionalização da Educação, Mais Educação e Menos Juros e Combate ao Racismo. E ainda, à noite os GDs discutiram a Democratização da universidade, Valorização dos Profissionais da Educação e Infraestrutura das Universidades. No dia seguinte, domingo 17, houve a plenária final relativa à Rio +20, Cúpula dos Povos e Soberania Nacional, quando foram feitos todos os encaminhamentos referentes aos temas.
Estamos cheios de ideias e informações para trocar sobre diversos temas nos quais estivemos presentes e ativos em suas discussões. Muitas dessas ideias ainda estão em construção e precisam ainda de outros debates para se solidificarem e trazerem alguma mudança para nossa sociedade. Por isso entendemos que esses locais de diálogo entre os estudantes devem ser mantidos e preservados como ambientes de politização e cidadania. Nosso CAMAT representou muito bem a postura de estudantes participativos nos movimentos sociais e formadores de opinião, ocupando espaços de discussões e agora trazendo para nossa realidade aqui na UFES os debates que foram fomentados nesses conselhos. Cabe a nós mantermos viva a chama dialética das ideias, construindo espaços cada vez mais democráticos, respeitando credo, cor, raça, etnia, gênero, sexualidade ou classe social, que valorize as pessoas pela riqueza, contradição e questionamentos do diferente, do novo não pelo que elas possuem.
Foram dias repletos de novas e diferentes opiniões. Realidades vindas de todos os cantos do Brasil se apresentavam em manifestações e protestos que lotaram diversos pontos da cidade do Rio, principalmente o Aterro do Flamengo, com uma diversidade incrivelmente linda. Haviam índios, africanos, trabalhadores, sem terra, coletivos, movimentos sociais, Hare Krshinas, japoneses, italianos, franceses, enfim, tanta alteridade que nos deixaram até um pouco inebriados. Nós do movimento estudantil tivemos uma grande oportunidade de conhecer e ter contato com o que realmente está acontecendo fora da nossa esfera restrita de compreensão do que é a sociedade. E com certeza ainda há muito a ser descoberto! Muitos movimentos estão nascendo e se incorporando uns aos outros de acordo com suas bases ideológicas e já começam a marchar nas ruas, acreditando nas possíveis mudanças que esse grande agrupamento de pessoas pode conseguir.
Falando em marcha, aconteceram várias por todo Rio de Janeiro. A primeira que pegamos foi a “Marcha a Ré da Rio+20”, que protestou contra o retrocesso socioambiental que o nosso modelo de desenvolvimento tem adotado. No dia seguinte, dia 19, aconteceu “Marcha pela Legalização da Maconha” e o “Esculacho” da Articulação Nacional pela Verdade e Justiça, que denuncia torturadores da época da ditadura e questiona a posição social que esses criminosos ainda ocupam. No dia 20 aconteceu a grande “Marcha dos Povos”, que reuniu cerca de 80mil pessoas, saindo da Candelária e invadindo a av. Rio Branco. Com o tema “em defesa dos bens comuns e contra a mercantilização da vida”, a Marcha dos Povos reuniu dezenas de movimentos sociais e causas diferentes – em defesa da agricultura familiar, da reforma agrária, direitos femininos, direitos indígenas, direitos dos animais, saúde digna, educação, recursos para pesquisas científicas e água de qualidade; e contra os agrotóxicos, a violência doméstica, a energia nuclear, a homofobia, as obras do PAC e da Copa, Belo Monte, a corrupção, o Código Florestal, o capitalismo e a economia verde, entre outros.
Uma gama imensa de ideologias dialogando por questões comuns causou um grande impacto em nossas mentes e agora precisa ser debatida e digerida por toda a sociedade, de modo a continuar nos próximos 10 anos lutando por melhorias nas condições sociais que se estabelecerão na medida em que o Brasil avança em suas políticas e recebe recursos ao empreender tantas de suas riquezas naturais. Qual é a forma de desenvolvimento que queremos? Milhares de debates em torno de todas essas vertentes sociais devem protagonizar os próximos capítulos dessa história que se constrói e não devem jamais ser esquecidos ou adiados, tendo como foco a vontade de democratizar de fato os recursos de nosso país.
Nos dois últimos dias (21 e 22) de atividades na Cúpula, estivemos em assembleia com o Movimento Mudança (M.M.), compartilhando experiências vividas por companheiro(a)s de várias universidades do país. Na verdade, o grupo de estudantes que compôs a comitiva do M.M. esteve junto durante toda nossa viagem, o que nos proporcionou novas amizades e possíveis novas conjunturas. Foi uma experiência engrandecedora para todos, sem dúvida. Pois compartilhamos de tudo, desde pasta de dente à vivencias pessoais. E foi graças ao Movimento Mudança e ao Enlace das Juventudes que pudemos realizar essa experiência que nos trouxe uma boa formação política, além de uma visão geral do quadro político/educacional em todo o país. Compreendemos que ainda há muita luta pela frente, mas esse foi um grande passo para uma possível mudança efetiva na nossa sociedade, pois as transformações acontecem através de lutas, construções sólidas e coerência. Portanto agora é a hora de debater, conversar, trocar, compartilhar para mudar o mundo.
É claro que no meio disso tudo pudemos visitar alguns belos lugares do Rio de Janeiro, como a praia do Flamengo, a praia do Leme, os arcos da Lapa, a Quinta da Boa vista, a UFRJ, entre outros lugares que conhecemos e vamos levar boas lembranças para o resto da vida, principalmente daquele povo unido por um grande bem comum...
Por isso e muito mais é que estamos convidando todos a se levantarem de seus cômodos espaços demarcados e construir conosco um novo paradigma social para nossa universidade, com espaços de ação cultural, debate filosófico e confronto de ideias. Vamos lá, incentivar a pesquisa, o ensino e extensão que não tenham propósitos meramente políticos ou de interesses de projetos empresariais, libertar nossas mentes do pensamento egoísta, individualista, mercadológico e excludente! Depende de nós começarmos a ser a mudança que esperamos ver no mundo (parafraseando Gandhi).
Pessoal, é com imensa gratidão aos companheiros de luta e orgulho que hoje temos o Pedro Barcelos ocupando o cargo de Diretor de Movimentos Sociais da UNE. Porém, muitas batalhas ainda estão por vir e quanto mais cabeças pensantes tivermos conosco, construindo um movimento estudantil democrático e unificado em busca de avanços em todo o sistema político educacional, mais próximo estaremos de trazer melhorias concretas para nós universitários e para todos os estudantes brasileiros consequentemente.
Curtam algumas fotos dessa grande semana que tivemos o privilégio de vivenciar!
Ah, lembrem-se: para dar sugestões, propostas e tudo mais, nos envie um e-mail para matemagicaufes@gmail.com.
Grande abraço a todos!
Ton Lupes
Ton Lupes

















